Prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena é investigado pela PF por suposta ligação com facção criminosa nas eleições de 2024

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), é alvo de um inquérito da Polícia Federal que apura suposta ligação dele com uma facção criminosa durante o processo eleitoral de 2024. A informação foi confirmada pela própria Polícia Federal ao portal g1.

A investigação foi autorizada pelo juiz-relator Bruno Texeira de Paiva, do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-PB). O objetivo é apurar se o prefeito teria mantido relações com criminosos para interferir nas eleições municipais do ano passado.

O caso está sob segredo de Justiça, e até o momento a defesa de Cícero Lucena não se manifestou.

Decisão judicial e indícios apresentados

O despacho judicial, assinado em agosto, reconhece que ainda não há provas suficientes para uma denúncia formal, mas afirma que os indícios apresentados pelo MPF “ultrapassam o campo da mera suspeita”, justificando a abertura do inquérito.

Com a decisão, Cícero Lucena passa a ser formalmente investigado por crimes eleitorais e comuns, entre eles:

Corrupção eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral)

Coação eleitoral (art. 301 do Código Eleitoral)

Organização criminosa (Lei nº 12.850/2013)

Corrupção ativa e passiva (arts. 317 e 333 do Código Penal)

Peculato (art. 312 do Código Penal)

Ligação com a Operação Território Livre

O pedido de investigação tem como base os resultados da Operação Território Livre, deflagrada em 2023, que visou combater o aliciamento violento de eleitores em João Pessoa.

Na ocasião, a primeira-dama Lauremília Lucena chegou a ser presa, acusada de envolvimento com uma organização criminosa que atuava para favorecer determinados candidatos nas urnas. Em setembro deste ano, Lauremília e outros oito investigados se tornaram réus por corrupção eleitoral no âmbito da mesma operação.

De acordo com as investigações, a facção Nova Okaida exercia controle sobre bairros como São José e Alto do Mateus, impondo restrições à livre manifestação política e ao voto dos moradores.

O grupo usava violência e intimidação para cooptar eleitores e candidatos, e em troca, líderes e familiares recebiam cargos e benefícios na Prefeitura de João Pessoa Desmembramento do inquérito

Parte das investigações foi desmembrada pelo juiz Bruno Texeira, que remeteu o procedimento à primeira instância para apuração dos investigados sem foro privilegiado.

Cícero Lucena, por ser prefeito, segue sendo investigado pelo TRE-PB.

Catolé Online com Informações do G1 PB

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